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Alerta!

Adorei este artigo sobre o Gustavo Ponce, ele tem um trabalho fantástico. Gostei muito deste artigo em especial, pois trata dos excessos durante a prática, e os cuidados que devemos ter para evitá-los. Tudo isso, vivenciado pelo própio Gustavo. É uma convite para reavaliarmos nossa prática!

Espero que você goste,

Namastê!

Retirado de:  http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=484037

Coluna é o eixo para manter-se jovem

Publicado em 4 de novembro de 2007

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Gustavo Ponce: ´A anatomia da coluna é constituída por curvas responsáveis pelo suporte do peso de nossa estrutura
FOTOS: DENISE MUSTAFA
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Há também a curva da pélvis, local onde se concentram as tensões e força da gravidade. O corpo revela o que necessita e com qual movimento sente conforto´
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Luzia Lustosa: ´Quando me perguntam se tenho medo de morrer, costumo dizer que a morte não passa nem de longe por minha cabeça. Ainda tenho muitos livros para ler, muita coisa para aprender e conhecer em minha vida´
FOTO: SUZANA ARRUDA
Entrar em contato com o mestre de Yoga uruguaio, Gustavo Ponce, é se abrir para a ampliação da própria consciência corporal. Ponce esteve novamente em Fortaleza em setembro último, quando pôde expor aos alunos de Sattva Yoga a bagagem que carrega de sua experiência com o corpo, iniciada com as artes marciais, disciplina que lhe resultou em problemas nos joelhos e hérnias de disco lombares.

Com a saúde de sua estrutura restabelecida com a prática do Yoga, novo desafio enfrentou com o diagnóstico de câncer, há três anos. O percurso rumo à sua recuperação foi longo e bastante doloroso; em todo ele lançou mão do seu conhecimento do corpo, procurando sempre se manter o máximo possível relaxado com a prática do Yoga, trabalhando sua mente com a meditação e emoções, com exercícios diários de respiração.

Disciplina corporal
Com aparência física muito mais jovem do que registram seus 61 anos, Ponce aprendeu com tudo isso a respeitar e reverenciar seu corpo e suas emoções. Conta que o câncer foi outro corte sofrido em relação ao seu foco na disciplina corporal. O primeiro, no início da carreira das artes marciais, ainda jovem, ocorreu quando provocou, pelo excesso de treinamento, lesões que o impediram de prosseguir. Mais adiante, já com problemas na coluna, conta que só conseguia ir para as práticas de Yoga sob orientação de grandes mestres, como Yvengar, após ingerir muito antiinflamatório.

A transgressão dos limites do corpo é alertada por ele a cada demonstração de postura de Yoga em suas aulas, de forma até bem-humorada, lembra que os praticantes de Yoga mais obstinados são hoje os pacientes principais que lotam as salas de espera dos traumatologistas e ortopedistas. Tal conduta se confronta com a esta prática milenar: o desenvolvimento gradativo da consciência corporal pela união: mente-corpo, respiração-postura, concentração-integração do ser com tudo ao seu redor.

A agitação mental não permite que o corpo relaxe. Este, por seu turno, quando tenso, não deixa a mente repousar. Cria-se um círculo vicioso prejudicial para a manutenção da saúde, bem-estar, bom convívio nas relações e, sobretudo, promotor de um desgaste, infelicidade e senilidade. Quem se estressa facilmente, se desgasta física, emocional e mentalmente pela liberação e acúmulo de substâncias bioquímicas nefastas ao organismo, sem contar que envelhece mais rápido e também adoecem mais.

Os órgãos e partes do corpo mais susceptíveis são os pontos alvos do estresse, comenta Ponce. Em seu caso, sua coluna e joelhos foram sobrecarregados e sofreram pelas exigências dos treinamentos e disciplina rígida. No episódio do câncer, inconformado, passou a se questionar: ´Por que comigo?´, uma vez que procurava manter uma prática alimentar e física bem condizente com um estilo de vida saudável. Em um dos momentos de interiorização, investigou as causas emocionais profundas para o aparecimento do câncer.

Suportar o peso
Gustavo Ponce afirma com todas as letras que o bem-estar e a longevidade estão diretamente relacionados com a saúde da coluna lombar. Afinal, além de ser terrível viver com dores, quando há problemas na coluna o corpo todo se contrai, o que leva à compressão de órgãos internos como fígado, baço, pâncreas, intestino, entre outros. Esses órgãos passam a não funcionar bem, prejudicando o sistema físico como um todo. Além disso, desse eixo saem importantes enervações para todo o corpo que, comprimidos, funcionam menos.

Uma das considerações importantes estabelecida pelo professor e criador do método de Sattva Yoga (modalidade que preza pelo bem-estar e conforto da coluna lombar e emprega a parede como mestre que apoia a prática das posturas) respeita ao fato de que a anatomia da coluna tem a forma curva, exatamente para suportar o peso de nossa estrutura física e impactos. Quando se fala em eixo, se imagina algo rígido, mas ele sugere a imagem de um bambu, bastante flexível e capaz de arquear até o chão com um forte vento e, posteriormente, retomar à sua posição original. Estruturas mais rígidas como frondosas árvores, com a força da intempérie, por vezes, são arrancadas a partir das próprias raízes.

Formas abauladas e curvas, portanto, suportam muito mais peso. Idêntico à coluna, a pélvis também possui curvas para suportar o peso do corpo, uma vez que estamos todos expostos à força da gravidade. Há estudos que revelam quanto de peso é exercido no ser humano ereto, sentado e deitado. ´Para se defender dessa força, o corpo tem que se curvar, se não conseguisse, estaria enterrado´, brinca lembrando que o sedentário recebe muita força gravitacional no cóccix, frágil demais para tudo isso, acabando por se curvando.

Pessoas como Ponce, que abusaram do corpo, seja nos excessos de atividade ou na completa rejeição da prática física (os sedentários) acabam perdendo as curvas naturais da coluna. Outro ponto que o Yoga favorece é o trabalho muscular, fortalecedor dessas e outras estruturas importantes. Na prática Sattva, trabalha-se tanto a musculatura anterior como a posterior, em equilíbrio e sempre as duas laterais. ´Não se deve prender a barriga, por descompensar a pelves. Ao se carregar peso, como crianças pequenas, é melhor que seja no alto das costas, e nunca ao lado´.

A prática do Sattva Yoga mantém a juventude da coluna, dentre outras coisas, pelos exercícios de rotação que influenciam positiva e diretamente a pélvis, conectando a ambas. ´A mobilidade de nossos eixos é essencial para a sensação de bem-estar e juventude´, garante, reforçando que para as pessoas se sentirem bem e alongadas, bastam apenas dois ou três tipos de exercícios. A escolha se dá pelo conforto e bem-estar que causam. Assim nasceu o Sattva Yoga e não pelo conhecimento intelectual, que não serve em nada para o corpo.
Exemplo de prazer em envelhecer bem

Aos 84 anos, o único problema de saúde de dona Luzia Cunha Lustosa é uma artrose na coluna lombar, que não lhe provoca grandes limitações físicas. Pelo contrário, ela até toma aulas de computação para não fazer feio frente aos netos, até ajudá-los e, acima de tudo, se atualizar.

Luzia é atualmente acadêmica de um curso especial para a Quarta Idade, da Faculdade 7 de Setembro. Suas 14 colegas de turma têm mais de 80 anos, todas ativas e loucas por aprenderem coisas novas, como ela.

Piauiense do interior (de União), desde muito pequena adorava estudar. Sua arma para conseguir dar prosseguimento aos estudos foi passar a noite chorando, a fim de que os pais se sensibilizassem e permitissem que cursasse a escola normal, em uma cidade vizinha. Para alcançar essa meta, teve que sair de casa aos nove anos de idade, morando na casa de parentes e amigos.

Queixa-se de não reter muitas informações na memória. Por isso, os filhos a matricularam para ter aulas específicas de memorização, no curso Fixar. No entanto, recorda perfeitamente de fatos, datas exatas de acontecimentos e até episódios detalhados de muitos anos atrás, sem contar de todo conhecimento que adquiriu ao longo dos 33 anos que ministrou aulas como professora de português, matemática e ciência, em três turnos, para alunos do Colégio Militar do Piauí. A preparação das crianças para realizarem o exame de admissão para o curso ginasial (5ª série atual) ficava a cargo da professora Luzia, rigorosa até com os sete filhos, todos seus ex-alunos e hoje formados.

A filha Mariana diz que, se não bastasse toda a dedicação da mãe ao ensino, na mesma época, ainda fazia de sua casa uma escola, ensinando os vizinhos sem recursos a se alfabetizarem. ´Nós, os filhos, éramos seus auxiliares´, comenta.

Seu dia é bastante movimentado. Sai cedinho para caminhar na rua de sua casa. Depois, vai para o computador compor seus trabalhos, escrever poesias ou bater papo com os filhos e netos pela Internet. Duas vezes por semana, vai para a faculdade e, à noite, após um jantar bem leve, vai ler e cantar. ´Para mim é um grande prazer envelhecer´, diz.

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